Fomentar áreas verdes no ambiente urbano é principalmente função do Estado, entenda nesse artigo as principais políticas públicas que podem ser adotadas para o aumento de elementos naturais na cidade.
No começo de 2025, Liu et al., publicou um artigo científico na Urban Forestry & Urban Greening intitulado “Creating a thermally comfortable city through urban green infrastructure : An international review of greening policies” que avaliou 21 grandes cidades ao redor do mundo e levantou métricas e possíveis políticas públicas que as mesmas adotam na gestão de suas florestas urbanas.
Fonte: Liu et al, 2025.
Motivações para elaboração de políticas verdes
Existem diversas motivações para fomentação de áreas verdes em ambiente urbano, podendo partir de iniciativas que visam uma melhor saúde ecológica e o desenvolvimento sustentável a longo prazo, amenização dos percalços causados pelo urbanismo, como diminuição das ilhas de calor urbano, melhora na infiltração de águas pluviais, manutenção da fauna local, entre outros.
Porém , o autor levanta no trabalho a possibilidade das referidas cidades ao estarem desenvolvendo extensos programas de fomento a florestas urbanas estarem tentando exercer “soft power’’ e se tornarem líderes regionais, uma vez que pautas ambientais se ganham mais importância com o aumento dos efeitos das mudanças climáticas.
Cobertura de copa
As cidades avaliadas no estudo tem suas próprias metas de aumento de cobertura de copa visando a melhora na provisão dos serviços ecossistêmicos devido a presença de florestas urbanas no seu entorno.
Dentre as avaliadas é interessante citar metas ousadas, como a de Brisbane, na Austrália, que busca aumentar sua cobertura de copa de 35% (2010) para 50% (2030) ou a de Melbourne, que busca o incremento de 18 pontos percentuais, alcançando a meta de 40% até 2040.
Número de árvores
Política pública e instrumento de discussão política, esse tipo de ação gera sentimentos controversos, pois enquanto para uns é uma boa forma de expressar os objetivos a serem alcançados, para outros é apenas um número fantasioso que reflete apenas a ambição, não necessariamente a verdade.
Algumas cidades tem uma meta estabelecida de plantio de árvores, dentre elas a mais famosa é Nova Iorque, com o projeto MillionTreesNYC, que visa o plantio de 1 milhão de árvores na cidade.
Porém, outras cidades avaliadas também tem essas políticas, como Washington DC que tem o objetivo de plantar 10.500 novas árvore por ano em áreas prioritárias, Paris que busca o plantio de 170 mil árvores em locais apropriados entre 2020 e 2026, e Londres que busca o plantio de mais 20 mil árvores em calçadas.
Aumento de áreas verdes e distribuição equitativa
É notório o problema que temos quanto a distribuição de áreas verdes em cidades ao redor do mundo, com alguns locais dispondo de diversas, enquanto outros as têm em escassez, um grande objetivo dessas cidades é a distribuição mais equitativa de suas áreas verdes, com seu consequente aumento.
A alternativa encontrada é a de aumento de áreas verdes no ambiente urbano, porém esse tipo de política esbarra com alguns empecilhos, como a alta densidade de construções habitacionais por exemplo, e uma alternativa é a introdução cirúrgica de
pequenos espaços verdes públicos, sobretudo nas áreas centrais onde alguma vegetação é invariavelmente melhor do que nenhuma.
Outra alternativa é transformar os espaços nas escolas e faculdades em espaços verdes por meio da vegetação e abri-los para todos os moradores da cidade fora do horário escolar.
Um exemplo disso no Brasil é a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), que além de universidade, cumpre o papel de parque público para a população circundante.
Fonte: ESALQ
Referencias
ZHIXIN, L. I. U. et al. Creating a thermally comfortable city through urban green infrastructure: An international review of greening policies. Urban Forestry & Urban Greening, p. 128713, 2025.
